Deixa o pré-conceito.

Deixando o preconceito de lado e minha aversão aos artistas de determinada gravadora, que não engulo mesmo. Ouvi com certo receio e despeito, mas confesso que não achei a letra de todo mal. Enfim, Bruna Karla cantando Sou Humano, achei uma boa música.




Cíntia M.S.

Saudades do Pai...

Propanganda Eleitoral = injustiça





Estamos as portas das Eleições e não há como fazer vista grossa a todo esse processo injusto. De um lado candidatos com coligações exageradamente grandes e de outro pequenos e "insignificantes" partidos, esperando a sombra por sua vez. E sem contar as pesquisas de intenção de voto vergonhosamente manipuladas.

Um absurdo o tempo da propaganda eleitoral no rádio e TV ser dividida desta forma. Um absurdo alguns falarem por 15 minutos cada e todos os outros se espremerem em 5.

Que Jose Serra remete a Fernando Henrique todos fingem esquecer.
Que Dilma tem uma história inventada, é oca, não é e não será Lula todos fingem não saber.
E a Marina Silva todos fingem não conhecer.

Vi no interessante blog Recortes do Eder Barbosa, um resumo da história dessa candidata e acho muito pertinente postar uma parte aqui. É necessário que o Brasil a conheça e pense a respeito.

Respondendo ao comentário de Rita Lee que afirmou que não vota em Marina: “porque ela tem cara de quem está com fome”. O Professor José Ribamar Bessa responde com esse belo texto.

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Por José Ribamar Bessa Freire



A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?

O mapa da fome

A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre.

Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não aguentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.

Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.

A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever.

Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando.

Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.

Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco , quando devolveu o dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.

Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo florestal.

Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.

Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso país.

Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.

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Que o povo brasileiro não caia no golpe das pesquisas "compradas" de opinião. Mais de 135 milhões de brasileiros vão votar em Outubro, como pode uma pesquisa com 2.000 pessoas "revelar" o que pensam os demais.

Para conferir o texto integral do Professor José acesse o Blog Recortes e no site Movimento Marina.


Cíntia M.S.

Guia-me à Cruz!

   
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